Desde o início do mês de junho, o Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper), órgão vinculado à Secretaria da Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca (Seag), disponibilizou um profissional em nível de doutorado para apoiar a organização de dados geoespaciais no interior do Estado, em especial no Extremo Norte e Norte capixaba.
“O Espírito Santo é hoje uma das poucas unidades da federação em condições de materializar a organização geoespacial de informações voltada para a aplicação em nível de detalhe, tais como cadastro de propriedades rurais e urbanas, endereçamento de pessoas e cadastramento de famílias para o recebimento de serviços de assistência e com recursos técnicos já desenvolvidos para se realizar o acompanhamento e monitoramento de ações em cada um desses segmentos”, explicou o analista de Sistemas de Informações Geoespaciais (SIG), Fernando Soares de Oliveira, que desenvolve o trabalho no Extremo Norte e Norte do Estado.
De acordo com o diretor-presidente do Incaper e secretário executivo do Sistema Integrado de Bases Geoespaciais do Estado do Espírito Santo (Geobases), Maxwel Assis de Souza, o Estado possui um sistema integrado de bases de dados geoespaciais e um moderno datacenter para abrigar tais informações geoespaciais a serviço das instituições e do público em geral. “O Espírito Santo dispõe de um corpo técnico vinculado a uma Unidade Central de Gestão gerenciada pelo Incaper em condições de instruir multiplicadores deste tipo de trabalho e de viabilizar um profissional para exercer esta função técnica junto aos munícipes no interior do Estado. Ainda em caráter experimental, essa ação está se revelando muito promissora no apoio à gestão pública municipal”, avaliou Maxwel.
Para o chefe do Centro Regional do Extremo Norte do Incaper, Wantuil Luiz Cordeiro, está sendo de grande valia a experiência de contar com um servidor na condição de coadjuvante e replicador deste tipo de trabalho que permite à gestão pública dos municípios atuarem e monitorarem ações em nível de detalhe numa eficiência e grau de evolução ainda não exercitado por nós da área de pesquisa e extensão rural.
“Com a ajuda de um profissional que atue como executor e multiplicador desse tipo de serviço nos municípios do Extremo Norte e Norte, iremos atingir um nível de organização geoespacial de informações em que nós, da extensão, poderemos, por exemplo, finalmente consultar online os dados do censo publicados por comunidade”, explica Wantuil.
Avaliação dos municípios
A atuação de um profissional no apoio à organização de dados geoespaciais nos municípios tem sido bem vista por profissionais de âmbito municipal e por representantes de gestões municipais. Segundo a bióloga da Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Barra de São Francisco (Semma) e representante local do Geobases Renata de Morais Mendes, as ferramentas contidas no navegador geográfico, bem como a estruturação de uma interface geográfica voltada para Semma, permitirá aos técnicos, capacitados, uma melhoria no desempenho na geração de vistorias e pareceres em processos de licenciamento ambiental.
“A geração de um banco de dados geográficos na Semma para identificação de árvores urbanas e áreas de preservação permanente possibilitará um melhor manejo das mesmas. Possibilitará também a identificação de empresas com potencial poluidor e degradador”, completa Renata.
Segundo o vice-prefeito de Barra de São Francisco, Matheus Ferreira da Costa Oliveira, o interesse do município na capacitação dos técnicos na utilização recursos existentes no Geobases se dá pela capacidade que este tem satisfazer a necessidade de conhecer e mensurar o território municipal. “Isso permitirá o direcionamento com mais eficiência de nossas políticas públicas, como, por exemplo, a identificação e mensuração nossas estradas, caixa secas, pontes, bueiros e lavouras”, disse Matheus.
Primeiras ações no interior
A Unidade Central do Geobases ministrou um curso em Barra de São Francisco, nos dias 10 e 11 de junho, com o objetivo capacitar secretarias municipais na utilização do Navegador Geográfico e Interfaces Geográficas do Geobases. Foram capacitados no curso sete técnicos de duas secretarias municipais de Barra de São Francisco, a de Meio Ambiente (Semma) e a de Agricultura (Semag), além de outros segmentos ligados à municipalidade. O curso foi ministrado pelo analista de SIG do Geobases, Fernando Soares de Oliveira, no escritório da Semma.